sábado, 15 de maio de 2010

Somos livres?

Na azáfama de solucionar problemas imediatos, sobra sempre nenhum tempo para a reflexão. E ela é urgente! É urgente no que respeita ao Capitalismo; é urgente sobre a União Europeia, o seu modelo de funcionamento e a relação dos seus órgãos com os Estados membros; e é urgente sobre o nosso futuro enquanto Nação.

Verdade seja dita que a vontade de tudo comentar, de tudo analisar, de estar na "linha da frente" da notícia da ocasião, nos empurra para longe do que é essencial. De tal forma que não percebemos como é nula a importância do muito que julgamos importante e definitivo. O agora é só isso mesmo e o amanhã deixa de existir, quando incompreensivelmente nos deixamos aprisionar pela imensidão do momento. Em nome da liberdade perdemos a liberdade, a nossa individual liberdade, e é tempo, principalmente em tempo de crise, de iniciarmos uma luta pela sua reconquista.

8 comentários:

  1. e a questão é: e os portugueses querem ser livres?!

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  2. Sara

    Alguns, nos quais me encontro, e nos quais sei que também se econtra, querem. Os outros, serão a maioria, talvez nunca tenham percebido bem o que significa ser livre. Quem chefia nunca quis que percebessem...

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  3. A Liberdade tem custos quotidianos, sendo que o mais evidente é o risco. Os europeus em geral e os portugueses em particular não estão dispostos a pagar esses custos. Tornaram-se escravos do conforto, da irresponsabilidade e da previsibilidade. Perderam a memória e o instinto. Perderam-se. Ponto final.

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  4. Caro Manuel Monteiro
    Muito me apraz ler uma reflexão destas escrita por si.
    E claro, claro que os portugueses querem ser livres. Sabe, eu tenho um sonho: Portugal, o meu país, atravessando oceanos de tempo. E como poderia não acreditar no meu povo?
    E sabe não só acredito, como estou disposta a lutar até ao limite das minhas forças pelas minhas gentes. Pela minha pátria.
    E claro, claro que os portugueses querem ser livres e felizes e ricos.
    Sabe, foram eles que um dia partiram e que continuam a partir. E podem fazê-lo não só porque são livre, mas porque, tal como eu, também têm um sonho.

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  5. Maria Pia

    Ainda bem que tem sonhos e acredita. Faz falta ler algo que nos motive e que nos faça acreditar.
    Gostaria de saber se escreve em algum blogue ou se tem algum endereço em que a posssamos contactar. Somos um grupo de pessoas que acha que Portugal tem futuro. Este não será o local próprio mas gostariamos de a poder contactar. Se estiver disponivel para conversar conosco diga, porque de imediato a contactaremos no endereço que fornecer.

    Muito obrigado

    António D'Orey

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  6. A liberdade é um valor absoluto. E de facto, todas as teorias sociais, económicas e filosóficas respondem a uma mesma pergunta: como se posiciona o ser humano face á liberdade? Este posicionamente exige ou admite restrições? Liberdade individual versus liberdade colectiva?
    E onde as ciências não chegam as religiões avançam.
    Eu sou católico. Acredito em Deus e no seu Filho. A mensagem é de liberdade e de amor.
    Assim, nem intelectualmente, nem por fé posso aceitar que um povo não seja eminentemente livre.
    Permita-se a ousadia Manuel Monteiro, mas não diga que o nosso povo não percebe. Não percebe o que o define como povo e aquilo porque tanto sangue derramou?
    A pergunta se o povo quer ser livre não é uma questão intelectualmente séria, mas de pura retórica. Senão vejamos: não. O povo não que ser livre, quer ser escravo. Esta resposta negativa, que no campo das probabilidades tem as mesmas que a reposta afirmativa, leva-nos para um discussão já de cariz religioso, não concorda?
    A alternativa só pode ser entre o bem e o mal. Um povo bom, de bem, quer ser livre, um povo mau quer ser escravo.
    Acredita mesmo que esta é uma pergunta séria?
    Conhece algum povo que não queira ser livre?
    Eu conheço povos que não são livres, mas que lutam com a vida pela sua liberdade. Povos que não querem ser livres?
    Neste blogue foi públicado um testemunho, de grande corajem e amor, do padre Jorge Congo. Representa um povo que paga tão caro a sua luta pela liberdade.
    Acredite no seu povo, Manuel Monteiro. Olhe-o com amor que jamais duvidará do que o move.
    Outro autor deste blogue, Diogo Pacheco de Amorim, afirma que as pessoas se perderam. Esta é uma resposta de um Homem de Fé. Se me permite, Diogo Pacheco de Amorim, em última análise, as pessoas não se perdem. Acredite. Como disse o Padre Vongo: «De joelho diante de Deus, de pé perante os homens».

    Muito Obrigado

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  7. E as questões são:

    1 - Os Portugueses querem ser livres?
    Sim, querem ser livres, felizes e ricos. Mas então porque permitem que o Poder seja alternadamente dominado pelas castas do costume, que cada vez mais os empobrecem? Podem ser incultos e até aparentemente conformistas, mas não são estúpidos. A questão é que não vislumbram alternativa, e num quadro de dificuldades diárias optam pelo mal aparentemente menor, o que explica os Torres, Morais, Felgueira, Pinnochios e quejandos.
    2 - E assim chegamos á verdadeira questão: como refundar o sistema. Só mostrando ao cidadão comum que existe uma alternativa, viável e que não seja uma utopia de elites iluminadas. Isto só é possível pela união de pequenos partidos e movimentos cívicos, cujo denominador comum seja a refundação do País, o que é imcompatível com vaidades e egoísmos pessoais.
    Sejamos práticos, o PND ou já morreu, ou no mínimo será inviável. Já o percebi há alguns anos. Mas se conseguíssemos juntar PND, MEP, MMS e associações cívicas, num novo bloco político com força, expressão e visibilidade qb para não ser abafado pelo sistema, então poderemos voltar a acreditar.
    Caso contrário:
    a) Concentramo-nos nas nossas felicidades e dificuldades pessoais;
    b) e do alto do nosso pequeno castelo, criticamos e ridicularizamos o Zé Povinho, quando na verdade este esgota as suas forças na luta pela sua subsistência, não se lhe podendo exigir mais.
    Já viram que a democracia só floresce com um mínimo de desenvolvimento econónico, cultural e social?

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  8. Concordo com a questão Como refundar o sistema?
    Não concordo com a solução. PND, MEP, MMS são mais do mesmo, com a agravante que unem a soberba dos grandes ao complexo de inferioridade dos pequenos.
    Qualquer tentativa de solução para esta questão não vai partir de fora. A nossa sociedade civil está a maturar e um dia destes - perante o ar desconfiado e contrariado dos políticos - os cidadãos vão propor soluções.E os políticos vão perceber que deixaram de ser os interlocutores dos cidadãos com a sua cidade (coisa pública). De alguma forma, a candidatura de Fernando Nobre é já um pronúncio desta nova alvorada.
    As questões estão aí, os cidadãos estão aí, as soluções começam a brotar espontaneamente na sociedade.

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