.. eis-me a cumprimentar os restantes escribas e os leitores:
Saudações
A convite amigável do João Carvalho Fernandes, sem periodicidade certa, aqui partilharei alguns pensamentos, incómodos e irreverentes como sempre.
Confesso que a política, tal como o direito e a justiça, já nada me diz; a cada dia, mais e mais, sinto indiferença perante um (des)Governo e uma classe política, em geral, tão irrelevante, quanto dispensável.
E o direito e a justiça, o primeiro tão pechisbeque, quanto a segunda tem de elitista e injusta.
O actual estado do Estado, já não pode ser apelidado de lástima, considerando que ultrapassou o fundo do pântano.
O (des)Governo e a oposição, principalmente aquela que se diz do arco governativo, são mais do mesmo.
Mas, também mais do mesmo, são os restantes partidos políticos com assento no Parlamento; todos vivem, e sobrevivem à custa dos contribuintes.
E é aí, é precisamente aí, que está o busílis da questão:
Seja quem for, pessoa singular ou colectiva, partido político ou grupo de interesses, que sobreviva ou sobrevivam à custa do dinheiro do contribuinte, tenderá sempre a perpetuar o Estado Social, et pour cause o Estado Social que sangra o cidadão, perpetua-se.
A única solução para terminar de uma vez por todas com a crise económica e social em Portugal, é terminar com o Estado Social.
Acabar com a Segurança Social.
Reduzir o número de deputados à Assembleia da República.
Terminar com a opulência daqueles que, ao invés de servirem os cidadãos, permitimos que se sirvam de nós.
Reduzir ao fundamental o Estado, e as instituições estatais; cortar na banha.
Terminar com a escravidão do cidadão perante um Estado.
Voltar a ter pessoas honradas a prestarem serviço público.
Ter cidadãos plenos; conscientes e responsáveis.
Pelo Jorge: Santiago com eles.
Só há uma forma de acabar com o Estado Social: matá-lo à fome. Ou seja, uma greve geral aos impostos... enquanto dez milhões de carneiros e ovelhas forem ordeiramente à tosquia, felizes e cordatos, a balir mansamente, o Estado Social há-de continuar a ser o que é: a fachada neutra e politicamente correcta da caverna do Ali Bábá
ResponderEliminarNem mais!
ResponderEliminarConcordo plenamente: 'mate-se o bicho à fome'.
Bem vinda Dra. Mariana
ResponderEliminarO meu amigo Diogo encontrou a sua alma gémea. Finalmente dirá! A sua amizade, que é grande e sincera, impede-o muitas vezes de me considerar um "social" empedernido e, por certo, de me rotular como um profundo anti-liberal. Mas adiante...
Notei a sua subtileza, enquanto a Mariana pede o fim da Segurança Social, o Diogo fala do Estado Social. Este abrange aquele dirá, mas ainda assim reparei na "nuance".
Eu sou contra este Estado e considero-o até anti-social, mas não sou contra a Segurança Social ou, se preferirem, a ideia de justiça que lhe está subjacente. Seja como for aqui está um bom tema para debate. Parabéns pois Mariana por ter provocado a discussão.
Agradeço a gentil recepção
ResponderEliminarMargarida, é a minha graça.
Sem necessidade de títulos; há títulos a mais por aí; doctores a mais, e pessoas a menos.
"Canudo" não é atributo.
Como me dizia alguém há muitos anos atrás:
Prefiro que me chamem senhor, a que me chamem doutor; é que doutores há muitos, senhores é que há poucos.
Eu sou Liberal, não sou é fundamentalista!
Os problemas resultam sempre dos fundamentalismos ...
Uma vez mais, agradeço a recepção
Saudações
Meu caro Manel, mais uma vez, deixa-me fazer um reparo a esse teu "perigoso" pendor social-democrata...desculparás, mas Justiça só conheço uma, a clássica, a velha Justiça de olhos vendados. Justiça "social" não consigo perceber o que isso é, nem nunca ninguém me conseguiu explicar, de forma clara e convincente, o que é que isso possa ser. Para mim, não passa de um dos muitos conceitos nebulosos e imprecisos inventados para turvar as águas...
ResponderEliminarMargarida, mal educadamente, omiti as boas vindas.
"Doutores a mais e pessoas a menos"... como é verdade...
"Doutores há muitos, Senhores há poucos".. como é verdade também...
Seja benvinda, pois e a vários títulos
Meus caros,
ResponderEliminarConcordo plenamente na necessidade de emagracer substancialmente o Estado. Mas acabar com a Segurança Social? Como se resolveria a situação dos muitos pobres existentes em Portugal? (é claro que me refiro aoos verdadeiros pobres, não aos muitos que vivem à conta)
Permitam-me entrar neste blog familiar e nesta conversa restrita aos colaboradores,mas nesta cama do hospital tenho tempo para encontrar tudo na net.A autora defende aqui a redução do número de deputados.Saberá a autora certamente que essa solução prejudica sobremaneira os partidos pequenos e nunca os ditos grandes,o que poderá acentuar a ditadura dos dois maiores partidos.Dou-lhe como exemplo do PND então liderado pelo Dr. Manuel Monteiro que nas últimas eleições teve vinte e poucos mil votos e não elegeu ninguém para o parlamento;imagine a autora quantos votos não terá que ter um pequeno partido para eleger um deputado.Esta é uma pseudosolução que apenas sobrevive por ser demagógica!
ResponderEliminarCumprimentos
Boas.
ResponderEliminarPermitam-me, também, um comentário.
Não acredito nesta Justiça. Está a mando de quem quer e é uma autêntica teia de aranha, permitam-me a analogia: os insectos mais pequenos ficam presos na teia quando passam; os grandes, esses, passam e furam a teia.
Quanto ao Direito, e considerando um Estado de Direito, este terá sempre que ser a base de um Estado. Porém, há que ressalvar um grande perigo do Direito: qualquer político pode apresentar uma proposta política com tons ditatoriais, desumanos e extremistas que consegue, através do Direito, basear e 'branquear' essa mesma proposta.
Estado Social terá sempre que existir, não podemos deixar que a lógica do dinheiro venha a conquistar a lógica da pessoa, da vida.
O que necessitamos, sim, é de mais fiscalização.
E, já agora, acabem-se com a protecção excessiva dos dados pessoais: quero ver os extractos bancários de todos os políticos!!
Aí, sim, saberei quem quer dinheiro e quem não precisa ou não faz a sua vida com base nele.
Cumprimentos a todos
Caro Marcelo, a sua analogia "As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insectos e são rasgadas pelos grandes" remonta a Atenas(638 a.C. – 558 a.C.) com Solon.
ResponderEliminarOs meus cumprimentos,
Cesinha
Caro Marcelo
ResponderEliminarUma coisa é uma rede mínima de segurança que, de facto, apoie quem realmente precise, uma outra é um gigante desmesurado que apoie cegamente quem precise e quem não precise. O Estado Social acaba por esgotar parte substancial dos seus recursos a pagar ordenados a burocratas em regime de sub-emprego efectivo e, na generalidade, a funcionar como um poço sem fundo de recursos mal utilizados. Mais ou menos Estado Social não tem nada a ver com a "lógica do dinheiro" mas com a lógica da responsabilidade pessoal e a lógica da boa gestão dos recursos que são de todos.
E quanto à famosa fiscalização, a pergunta de sempre: quem fiscaliza os fiscais? E quem fiscaliza quem fiscaliza os fiscais. No topo, estará sempre um ministro... e acima do ministro, o Primeiro Ministro... e quem fiscaliza o Primeiro Ministro? O Parlamento onde ele tem maioria? Eh eh... Os Tribunais? Eh eh eh eh eh eh... O Procurador Geral da República? Ah ah ah ah... meu caro Marcelo, estes últimos anos do nosso país não lhe tiraram qualquer ilusão de fiscalização exercida sobre quem quer que seja? eu, sobre isso, só tenho uma certeza: quanto mais camadas de fiscais, mais custos inúteis, mais ineficiência e mais corrupção...
Quer, que de facto, quem realmente precise de apoio seja apoiado? retire o Estado da Economia, para que possa haver dinheiro para quem realmente precise e não, como agora, para quem não precise ou não esteja disposto a trabalhar seriamente para o ter...
Boa-noite
ResponderEliminarCara Cesinha,
muito obrigado pelo esclarecimento. O meu pai apenas me transmitiu as palavras, não me ensinando o autor.
Caro Diogo,
a questão de saber quem realmente precisa ou não, lá está, resolve-se com a fiscalização. Hoje em dia, por exemplo, existem n caminhos sinuosos para continuar a receber subsídio de desemprego sem, realmente, procurar por trabalho ou estar minimamente interessado em ser parte produtiva da sociedade. Só fiscalizando saberemos se, realmente, a pessoa em causa precisa ou não de apoio por parte do Estado.
Quem controla o Primeiro-Ministro? Fácil, meu caro: os 'grandes' interesses económicos e corporativos. Não tenho a mínima dúvida disso. Portugal? Soberania? Está bem, está...
Concordo com a retirada do Estado da economia, sem, no entanto, ressalvar que o Estado tem sempre que manter um mínimo de controle, para salvaguardar o respeito pelos trabalhadores, pelas famílias, etc. Lá está, regulando o mercado minimamente e deixá-lo fluir naturalmente.
Cumprimentos
É tão fácil falar mal não é?
ResponderEliminarAcabemos com a segurança social, iupi! E com o Estado Social, viva! Fim dos funcionários públicos Oba!!
E quando as nossa crianças - filhos de quem não pode pagar, porque ele há gente que ganha 400 e tal euros - precisarem de um tratamento médico deixem-se morrer. Médicos funcionários públicos para quê? E já agora não se perde nada, estas crianças - que não sabem ler nem escrever porque o funcionário público professor entretanto deixou de existir - não podem contribuir para a produção nacional. E fica mais barato deixar morrer do que matar, não é? E depois também não há quem julgue - o funcionário público juiz não existe; quem prenda (o funcionário público policia) e quem guarde (o funcionário público guarda prisional). Mas que interessa?
Pelo fim imediato da Segurança Social! E do Estado Social! E, porque não, de Portugal?
Venda-se o país. Aparentemente o mercado está comprador e o que interessa é o liberalismo!
Eu cá por mim prefiro continuar a lutar nesta difícil batalha.
Prefiro continuar a acreditar que em Estado, que é uma NAÇÃO tem que ser ético. Tem que acolher os necessitados. Tem que tratar das suas crianças, dos seus doentes, dos seus velhos.
O momento é difícil? É. Mas é nestes momentos que somos todos precisos.
Podemos continuar assim? Provavelmente não.
Mas que interessa quantos deputados estão na AR?
O nosso sistema de justiça está em falência, a nossa escola está miserável, não existe qualquer projecto estratégico de afirmação de Portugal e os senhores (caros, doutores, como preferirem) discutem o número de deputados da AR? E o fim da segurança social? E do Estado social? Assim, sem mais? Nem Hayek o fez.
É que além de não serem soluções, mas chavões, só permitem, como se vê a discussão estéril.
Boa tarde. Cá venho eu partilhar mais uns pensamentos frescos e de bom senso, como sempre.
ResponderEliminarPor amor de Deus: Aqui partilharei alguns pensamentos incómodos e irreverentes, como sempre??????
Quem o afirma? A Autora.
Sobre quem? Sobre si mesma e sobre os seus pensamentos.
A minha mãe ensinou-me que a humildade e o não se ser juiz em causa própria são condutas e regras elementares de bom senso.
Cara Marta,
ResponderEliminarSe me permite, aquilo que diz é convergente com o que a autora escreve no seu texto.
Seguindo a lógica de menos Estado mas melhor Estado, julgo que os 3 pilares de qualquer sociedade (Saúde, Educação e Justiça) sairiam muito reforçados.
Há que fazer cortes em áreas não tão prioritárias para condensar esforços naquelas áreas que, sim, são fundamentais para um melhor e mais eficiente desempenho por parte do Estado junto dos seus.
Cumprimentos
Caro Marcelo
ResponderEliminarClaro que o que digo é ABSOLUTAMENTE incompatível como que o autor escreve no texto. Tal como o que o Marcelo escreve nos seus comentários. O Marcelo não defende que o Estado Social e a Segurança Social devam ser extintos. Eu, por mim, digo sim ao Estado Social e aos princípios em que assenta. O Estado, que somos nós - você, eu e a senhora que escreve - deve acolher, não ser indiferente ou excluir.
Sabe, Marcelo eu orgulho-me de pertencer a um país e a um povo que há séculos e séculos optou por partilhar, por lutar, por incluir. Falo uma língua falado por 210 milhões de pessoas. Falo de um país onde, no presente, as instituições de solidariedade social têm listas de espera para aceitarem voluntários, porque há demasiados candidatos. Falo de um Estado que não olha a custos para salvar a vida de crianças. Falo de um país cuja qualidade de vida se inscreve entre os 20 com mais qualidade de vida. E devo defender o seu fim? Não.
Pode-se sempre dizer que a caridade é privada e a estes deva ser deixada. Mas não é inteiramente privada. A caridade privada é absolutamente compatível com a assistência pública. Senão vejam-se os números do Banco Alimentar que não deixou de crescer desde que foi constituído.
Não, Marcelo a minha posição é absolutamente incompatível com a do autor. Eu não defendo que exista menos Estado, defendo sim que exista melhor Estado.
E para que fique claro, eu pago uma imensidão de impostos considerando os rendimentos médios nacionais. Pago demais? Não. Poderia pagar mais? Sim, se o bem comum o justificasse. Não posso é aceitar mais desperdício.Mas, o desperdício tem responsáveis, com nome e apelido, e deles não consta o Estado Social.
Sabe, Marcelo o período é de crise. As famílias têm rendimentos baixos - veja o salário mínimo - por uma questão de raça e de patriotismo a minha posição só pode ser a de defesa de um Estado Social.
É pena que ao invés de se porem nomes nos responsáveis se defenda a solução mais fácil. Como o Bush que prometia ter a solução para o problema dos incêndios, que passava por acabar com as florestas.
Bem Haja-
Grande debate. Parabéns!
ResponderEliminarCara Marta:
ResponderEliminarCompreendi perfeitamente o seu ponto de vista.
O que eu não suporto são os milhões de euros gastos pelo Estado em pareceres, cargos da treta e coisas desta laia.
Não percebo como é possível um Presidente da República pedir pareceres para a proposta de casamento entre homossexuais. Isso só demonstra que, além de gastar-se dinheiro público desnecessariamente, temos um PR que não conhece a Constituição, o que é gravíssimo.
Logo, a solução que apresentam, de se terminar com o Estado Social (algo que não concordo) é vista como uma solução à Bush, como você bem referiu.
Então, que caminho seguir?
O melhor caminho, mas não o mais fácil (nunca é) seria, fazendo minhas as palavras de um ex-combatente nas colónias, "encostar todos os políticos à parede, em praça pública. Escolher 2/3 para meter um tiro nos cornos. O outro 1/3 fica para governar, é mais do que suficiente e já vão com respeitinho pelo povo"
Diga-me, Marta: você estaria disposta a tal?
Eu já tenho arma e estou à espera que apareçam...