quinta-feira, 13 de maio de 2010

A CRISE E OS SACRIFICIOS

No plano económico e financeiro

A crise económica obriga, sem dúvida, a que todos tenhamos de fazer sacrifícios. Ninguém de bom senso o negará. Mas a que princípios vão obedecer esses sacrifícios? Vamos seguir os princípios da igualdade ou os princípios da equidade? A pergunta não é retórica, nem o momento é para perguntas dessa natureza. Se seguirmos o princípio da igualdade teremos injustiça, mesmo que as proporções nominais anunciadas sejam distintas. Mas se seguirmos o princípio da equidade as coisas serão, sem margem para dúvida, completamente diferentes. E é neste ponto que as medidas previstas, ou a concretizar, terão de ser vistas pelos destinatários. É inconcebível, digo até inaceitável, que seja a classe média mais penalizada da União Europeia, a pagar a factura dos erros e dos fracassos que ao longo dos anos tivemos. Portugal já tem das taxas fiscais mais elevadas, por comparação aos salários pagos; é em Portugal que pagamos mais pela gasolina, pela electricidade e até por produtos essenciais para as famílias; e é em Portugal, como já referi, que ganhamos menos.

Como aceitar, sem revolta ou contestação, que nos entrem novamente pela carteira dentro, sem extinguirem Empresas Municipais, Institutos Públicos e Fundações que só vivem à custa do erário público? Como aceitar, sem revolta ou contestação, que nos penalizem ainda mais, sem a redução drástica de assessorias nos ministérios, nas secretarias - de - estado e sem o corte nos subsídios mensais aos partidos políticos?

Como aceitar, sem revolta ou contestação, que continuemos a ter cargos de nomeação governamental com salários mais altos dos que os praticados, em lugares equivalentes, na Alemanha, na Inglaterra ou nos EUA?

Não basta que nos falem em cortes de 5% nos vencimentos dos políticos ou dos gestores públicos. Não basta! É necessário muito mais para que os Portugueses percebam que o seu esforço será acompanhado verdadeiramente por todos. Se assim não for a rua poderá ter quem habitualmente nela não está. A revolta e a contestação não terão côr partidária e as Famílias protestarão contra a injustiça e a iniquidade.

No plano político

No plano político faço, por agora, uma só pergunta: salvamos o País salvando este governo?

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