domingo, 16 de maio de 2010

As lições da crise

Hoje os jornais falam da crise de 1983 quando o Governo do Bloco Central, por imposição do FMI, foi obrigado a adoptar medidas duras para o país. Depois daí o que aprendemos? Muito pouco. Em 1986 entravamos na Europa. Entre 1985 e 1995 foi o tempo aureo do "cavaquismo" uma mistura de fontismo e de desenvolvimento. Depois e com o monstro sempre a crescer chegou António Guterres e com ele as pessoas já não eram só betão ou números. Veio o rendimento mínimo garantido e uma cultura de laxismo social. O rendimento minimo é o dinheiro de bolso, o apoio do Banco Alimentar contra a Fome é a alimentação, a Câmara dá a casa e o autocarro para as crianças. O resto logo se verá. Esta foi a atitude depois da crise de 1983-1985. Obras Públicas, politicas sociais e o Estado a substituir todos os privados ou os actores sociais. Barroso não teve a coragem de parar isto e saiu para Bruxelas.Até que apareceu Sócrates. Não havia problema só que os mercados internacionais não pensaram assim. Aqui estamos. A baixa do IVA feita por Sócrates explica como a demagogia tem um nome : crise.
Vamos aprender alguma coisa com esta crise? O ideal era o Estado e os partidos compreenderem que não podem continuar neste ritmo. Existe capacidade instalada de equipamentos como as creches do sector social o provavam. Sócrates achou que não. Ainda vamos ver o Primeiro Ministro a anunciar obras no Estádio Nacional por causa da Taça de Portugal e a lançar as primeiras pedras do Estádio do Olhanense e do Portimonense porque ninguem quer jogar no Estádio do Algarve. Há dias Manuel Pinho juntava-se aos que criticavam a estratégia de Sócrates. Seja bem vindo. A disponibilidade de António José Seguro mostra como os tempos vão mudar. Oxalá aprendamos as lições da crise.
António Tavares

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