terça-feira, 25 de maio de 2010

O PASSADO, o PRESENTE, o FUTURO

O Passado 2

O 25 de Abril

O 25 de Abril trouxe a liberdade, mas não trouxe a responsabilidade; deu direitos, mas descurou deveres; deu garantias, mas isentou obrigações; prometeu igualdade, mas perseguiu a diferença.

O sistema político por si construído é fechado, monopolista, tentacular e chega a ser, ao contrário do muito que se diz e escreve, quase totalitário. O poder que foi erguido não é do Povo, mas dos partidos, dos gestores e dos empresários do regime, do "aparelho".

O sistema de governo foi concebido para o não governo, para a cumplicidade, para os "entendimentos" fáceis e para a divisão do Estado entre os que perdem e ganham eleições. Todos são eleitos universalmente e todos se anulam alegremente.

O Parlamento eleito ou é a voz do Governo por si legitimado ou a RGA anárquica, volátil, irresponsável e inconsequente; o Presidente eleito ou é força de bloqueio ou extensão política do poder governamental (mesmo que provenha de uma área partidária distinta); os deputados são, na esmagadora maioria, serventuários da direcção que os escolheu e possibilitou a sua eleição; a Administração Pública, ao nível das chefias, deixou de ser livre e isenta porque o lugar dos dirigentes é dependente do partido; as opções de investimento, tal como a canalização de recursos públicos, estão aliadas a critérios eleitorais e à sustentabilidade dos barões políticos; a maioria das corporações serve quem as dirige, representa poucos mas condiciona por muitos.

A sociedade, enquanto conjunto de individuos livres, deixou de existir. E isto, tudo isto, se deve ao Sistema Político construído, mantido, defendido com unhas e dentes, após o 25 de Abril de 1974.

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