Rui Ramos, historiador, contava há dias, na Antena 2, que o slogan dos Republicanos, em 1910, era "Um País para os portugueses, um Estado para os Republicanos".
Claro que os Republicanos não eram todos os que se opunham à Monarquia mas apenas os membros do Partido Republicano Português (PRP), motor do golpe e por isso legitimado.
O slogan foi elevado à categoria de lei e, por exemplo, nos corpos administrativos (como então se denominavam as autarquias), com órgãos democraticamente eleitos, depressa foi instituída a seguinte regra: naqueles municípios que eram geridos por membros do PRP, os órgãos mantinham-se em funções, enquanto que naqueles onde o PRP não tinha ganho as eleições, os órgãos eram distituídos e substiituídos por comissões administrativas compostas por membros do PRP.
Assim se cumpriu o slogan.
Claro que à conta deste e de outros ainda maiores e despudorados assaltos ao aparelho do Estado por parte do PRP de Afonso Costa, depressa se revoltaram todos os que não liam pela mesma cartilha: socialistas, anarco-sindicalistas, católicos, monárquicos, etc.
O paralelismo com o momento presente não é total: hoje o assalto ao aparelho do Estado é perpretado pelo PS e pelo PSD, com variações que decorrem de quem está momentânemaente no Governo mas, sobretudo, inexiste qualquer capacidade de revolta, apesar de muitos não lerem pela mesma cartilha do PS e do PSD.
É esta a grande diferença - já ninguém se revolta!
Por isso nasceu A REVOLTA.
E então o CDS, sem bem que à boleia ora do PS, ora do PSD, não assalta também o aparelho de Estado?
ResponderEliminarMeu Caro Gonçalo, também tenho um blog. O endereço é http://www.novadireita.blogs.sapo.pt
Um abraço. E Viva o Rei.
Miguel Costa Marques