Revolta pode ser uma simples palavra desprovida de conteúdo; pode significar desabafo, estado de espírito momentâneo, bravata fútil ou até covardia disfarçada de coragem palavrosa e ineficaz. Os seus promotores manifestam – se habitualmente nas mesas de café, em tertúlias privadas, no conforto das suas casas ou numa segura roda de amigos. E até em blogues. Quem os ouve, e às vezes lê, julga estar diante pessoas dispostas a sacrifícios, prontas para enfrentar aquilo que arduamente condenam. Pura ilusão! Ao primeiro sinal de risco recuam, desaparecem, nunca existiram, nunca lá estiveram…Este tipo de revoltosos é fraco, inconsistente, volátil, facilmente influenciável e pouco deles se pode esperar. Não é a este género de indivíduos que se devem as revoltas, as revoluções, as rupturas, as mudanças de regime. A História não os regista, a memória não os lembrará e os vindouros não os evocarão.
Um blogue mesmo chamado “A Revolta”, pode seguir o primeiro ou o segundo dos caminhos. Não há meio termo e o espaço dos meios termos está preenchido. A diferença não passa por estar não estando, por fazer não fazendo, por dizer não dizendo. A opção é clara: ou intervimos ou nos calamos; ou agimos ou nos exilamos. Ambas as soluções são válidas e ambas merecem respeito. Mas não são conciliáveis. Salvo se quisermos entrar para o já vasto grupo dos revoltados. Esta revolta é Revolta!
Manuel Monteiro
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