terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

No Barco do Capitão Gancho

Criado por Afonso Henriques, afunilado por Afonso Costa, passado a ferro por Vasco Gonçalves e redesenhado por Walt Disney Portugal é, hoje, Neverland, a Terra do Nunca.


O Capitão Gancho, o seu lugar-tenente Barrica e outros corsários menores, mas não menos ávidos, rasteiram-se no Parlamento, abordam-se em Belém, insultam-se nos jornais, increpam-se nas televisões. Mas há dezenas de anos, por detrás deste cenário tumultuoso e irascível, no silêncio possível dividem entre si, à luz da candeia, o cada vez mais magro espólio dos sucessivos saques.

Debruçada na amurada, caneca de rhum a balançar na mão, a tripulação canta, em coro, “oh Abreu, dá cá o meu…”.

Só que, entretanto, a barrica de rhum está a chegar ao fim, exaurida por uma tripulação que dormita no convés. Restará em breve, para matar a sede, a água do mar.

E Peter Pan? Virá também ele numa manhã de nevoeiro? O nevoeiro de ouro da fada Sininho?


Vai para quatro anos, coloquei este post num blogue. Porque está mais actual do que nunca, aqui o deixo. Resta-me a (piedosa) expectativa que, dentro de quatro anos, tenha perdido actualidade...

2 comentários:

  1. Capitão Gancho??? Onde? Onde?
    Em Belém?...no Parlamento?
    Só pode ser engano. Aí estão é os irmãos Metralha.

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  2. O Capitão Gancho comanda a Esquadra, os irmãos Metralha a Infantaria, os Dalton a Cavalaria e o Coronel Olrik a Aviação...

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