sábado, 6 de fevereiro de 2010
Não há mais degraus para descer
Estamos para lá do fundo e entrámos no vazio absoluto. Já não há palavras e as críticas estão todas esgotadas. A situação política já não é grave, entrou simplesmente em colapso e se tivéssemos Forças Armadas e líderes militares com força e autoridade, a 3ª República terminaria aqui os seus dias. Os nossos problemas não decorrem apenas do “SOL” ter vindo confirmar suspeitas antigas, tão pouco do facto de termos um primeiro – ministro que falta à verdade e é “chefe” de operações, que atentam contra o Estado de Direito; os nossos problemas adensam – se quando nenhum líder partidário se pronuncia com firmeza sobre os inconcebíveis factos agora relatados. Parece existir um manto de corrupção que salpica muito mais pessoas, muito mais políticos e provavelmente de vários partidos. Que fazer? Que fazer quando o Supremo Tribunal de Justiça ignora a realidade, quando a Procuradoria-Geral da República encolhe os ombros e quando a Assembleia da República se demite e não convoca com carácter de urgência José Sócrates, para que este se explique? Que fazer? Apelar ao levantamento nacional ou esperar que o Presidente da República demita o governo? É mais do que óbvio que Sócrates não tem condições para continuar como primeiro – ministro. Perdeu autoridade, perdeu a pouca confiança que lhe restava e perdeu acima de tudo o respeito que era devido ao cargo que exerce. O Presidente da República não pode hesitar permitindo a manutenção em funções de um primeiro – ministro, que todos os dias nos desmobiliza e todos os dias nos corrói a esperança. É preciso salvar Portugal; é pois preciso demitir o governo.
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