A presença do Estado num importante conjunto de empresas nacionais tem permitido, governo após governo, indicações de amigos, de amigas, de anteriores adjuntos e chefes de gabinete, de ex – ministros e secretários de Estado, para cargos de Administração na PT, na TAP, na GALP, na Caixa Geral de Depósitos, na CP, na EDP, no Metro de Lisboa, no Metro do Porto, na ANA, na REN…
Curiosamente, ou talvez não, muitas destas empresas “desdobraram – se” surgindo novas “marcas” que permitiram, ano após ano, o alojamento de antigos/novos administradores, directores e assessores. Se somarmos a esta triste realidade as múltiplas Empresas Municipais, Institutos Públicos e Fundações ligadas ao Estado, depressa percebemos a importância deste “mercado” de emprego artificial para a classe dirigente. Não deixa aliás de ser estranha a ausência de um trabalho jornalístico, de investigação criteriosa, sobre toda esta panóplia de empregos políticos cujo único critério é pagar favores, comprar silêncios, garantir clientela. E neste processo ninguém está isento. Todos os partidos que passaram pelo governo, sem excepção, mesmo o PCP nos governos provisórios, nomearam e indicaram os seus amigos para a estrutura directa e indirecta do Estado. Enquanto não houver coragem para se colocar um ponto final nesta situação nada mudará. O governo poderá amanhã ser outro, mas os hábitos e os comportamentos manter – se – ão.
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