sábado, 30 de outubro de 2010
A UE da Srª Merkel
A amargura dum europeísta: tal qual a conhecemos e sonhámos, esta UE entrou na fase da descredibilização e do directório
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Quando o eixo franco-alemão impulsionava a UE
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Contradições?
Registo 4 pérolas:
1. A de Mário Soares que diz que o documento é muito mau, muito mau mesmo, mas que tem que ser aprovado!
2. A do Secretário Geral da UGT que, secundando o teor da primeira pérola, apela a uma greve geral contra este orçamento, para o próximo dia 24 de Novembro, mas que ontem veio dizer que ele tem que ser aprovado!
3. A de António Pires de Lima, proeminente dirigente do CDS (partido que já anunciou o voto contra), que afirmou que a ruptura das negociações entre PS e PSD é puro delírio!
4. A do Ministro Pereira que hoje garantiu que após a ruptura das negociações, os pontos de vista do PS e do PSD sobre o Orçamento estão mais próximos!
Isto só lá vai com uma forte varridela.
RUPTURA NAS NEGOCIAÇÕES DO OE 2011
Estes senhores (só em idade) são aqueles que estão a negociar o nosso futuro para o(s) próximo(s) ano(s) e não se entendem. Mas a culpa talvez seja de quem os escolheu e não deles próprios. E essas pessoas têm nome - José Sócrates e Pedro Passos Coelho.
Só se lhes pede que tenham bom senso. NADA MAIS. Creio, que não é pedir-lhes muito...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Novo membro
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Adelino Amaro da Costa

Todos esperávamos, no meio de muita conversa e do recordar de episódios pitorescos da vida colegial de cada um, a excepção…o único que não tinha sido “Menino da Luz”.
Já tarde, como parece que era seu hábito, e como Marcelo magistralmente lembrou, lá apareceu Adelino Amaro da Costa, Ministro da Defesa Nacional, acompanhado do Manuel Pinto Machado, adjunto do seu Gabinete.
Eu tinha já ouvido falar muito da sua inteligência, coragem e alegria de viver, pelo que nos meus 18 anos acabados de perfazer, era uma grande honra poder conhecer pessoalmente um brilhante estratega e um político nato que muito admirava.
Por isso, foi com muito gosto que ontem me associei à homenagem a um homem que, se ainda fosse vivo, não estaria certamente reformado da vida e que nestes tempos de aparente desnorte saberia muito bem apontar um rumo, certamente e ainda bem, não consensual.
domingo, 24 de outubro de 2010
A URSS não acabou?
O nosso PC deve ter delirado mas a nós resta-nos rir.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
OS MESTRES DA ALDRABICE
"licenciado em engenharia civil em Coimbra, MBA em Lisboa"
Columbia University World Leaders Forum
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
GOVERNO CONTINUA A BRINCAR COM A GRAVE SITUAÇÃO ECONÓMICA
O governo deverá decretar feriado no dia 19 de Novembro, excepcionalmente - o primeiro dia da Cimeira da Nato a realizar-se em Lisboa. O feriado limitar-se-á à capital portuguesa.
Esta questão foi um dos pontos da reunião de alto nível realizada ontem no ministério dos negócios estrangeiros, onde estiveram presentes o ministro Luís Amado, Augusto Santos Silva e o ministro da Administração Interna, Rui Pereira o qual apresentou a proposta para o feriado excepcional.
A aprovação está agora pendente da aprovação do gabinete do primeiro-ministro. A decisão deverá ser publicada em Diário da República, sob a forma de decreto de lei, tal como aconteceu em 1996 por ocasião da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), no Centro Cultural de Belém.
Segundo as autoridades ligadas à organização da cimeira, são esperadas cerca de 7000 pessoas, entre as 29 delegações estrangeiras e jornalistas de todo o mundo.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
A arte de produzir flops
Todas as outras cinco são autênticos flops.
Isto não augura nada de bom se um dia o Presidente do PSD for 1º Ministro.
As Certezas dos sempre "cultos"...
1. A Comissão Europeia
2. A maioria dos analistas europeus
3. Os cérebros pensantes de Portugal:
a) Inúmeros professores universitários
b) Inúmeros economistas
c) Inúmeros comentadores (jornalistas, directores de jornais...)
d) Inúmeros estrategas
e) A quase unanimidade dos políticos
A razão sempre os acompanhou e ai de quem tivesse a ousadia de pensar diferente.
E o que era pensar diferente?
1. Era defender a produção nacional e o fortalecimento da economia real, quando andava tudo delirante com os fundos comunitários e os cursos de formação profissional que não serviram para nada
2. Era defender que a adesão ao euro fosse feita mais tarde ou com uma paridade diferente
3. Era impedir a concorrência desleal com quem não cumpre regras e mais contribuiu para a destruição da nossa indústria
E o que responderam, SEMPRE, os iluminados?
Que quem não concordava com a sua visão era retrógrado, nacionalista, anti-europeu, uma espécie de ser das cavernas.
Acontece que a sua sabedoria está à vista e o seu caminho nos conduziu ao abismo.
Devemos pois perguntar: se não acertaram, se falharam em todos as previsões, que razão há para que agora tenhamos de acreditar em vós?
Nenhuma! Mesmo que a imensa maioria de ontem seja a imensa maioria de hoje que nos impõe um mesmo pensamento, uma mesma via, um mesmo comportamento.
Os iluminados falharam. São culpados da situação em que estamos e não podem, para querer manter apenas a sua posição, obrigar-nos a continuar no mesmo rumo.
Seria assim bom pensar que quem tão arduamente pede a viabilização do OE, tal como foi apresentado pelo governo, já falhou mais de uma vez e não tem nenhuma credibilidade para nos exigir o que quer que seja.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Pergunta inocente
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural? 12,3 milhões de euros por ano? Que palhaçada é esta?
Este é , ao que dizem, o resumo do estudo encomendado pelo PSD ao Economista Álvaro Santos Pereira, Professor da Simon Fraser University, no Canadá).
Portugal tem hoje 349 Institutos Públicos, dos quais 111 não pertencem ao sector da Educação. Se descontarmos também os sectores da Saúde e da Segurança Social, restam ainda 45 Institutos com as mais diversas funções.
Há ainda a contabilizar perto de 600 organismos públicos, incluindo Direcções Gerais e Regionais, Observatórios, Fundos diversos, Governos Civis, etc.) cujas despesas podiam e deviam ser reduzidas, ou em alternativa – que parece ser mais sensato – os mesmos serem pura e simplesmente extintos.
Para se ter uma noção do despesismo do Estado, atentemos apenas nos supra-citados Institutos, com funções diversas, muitos dos quais nem se percebe bem para o que servem.
Veja-se então as transferências feitas em 2010 pelo governo socialista de Sócrates para estes organismos:
ORGANISMOS | DESPESA (em milhões de €) |
Cinemateca Portuguesa | 3,9 |
Instituto Português de Acreditação | 4,0 |
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos | 6,4 |
Administração da Região Hidrográfica do Alentejo | 7,2 |
Instituto de Infra Estruturas Rodoviárias | 7,4 |
Instituto Português de Qualidade | 7,7 |
Administração da Região Hidrográfica do Norte | 8,6 |
Administração da Região Hidrográfica do Centro | 9,4 |
Instituto Hidrográfico | 10,1 |
Instituto do Vinho do Douro | 10,3 |
Instituto da Vinha e do Vinho | 11,5 |
Instituto Nacional da Administração | 11,5 |
Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural | 12,3 |
Instituto da Construção e do Imobiliário | 12,4 |
Instituto da Propriedade Industrial | 14,0 |
Instituto de Cinema e Audiovisual | 16,0 |
Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional | 18,4 |
Administração da Região Hidrográfica do Algarve | 18,9 |
Fundo para as Relações Internacionais | 21,0 |
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico | 21,9 |
Instituto dos Museus | 22,7 |
Administração da Região Hidrográfica do Tejo | 23,4 |
Instituto de Medicina Legal | 27,5 |
Instituto de Conservação da Natureza | 28,2 |
Laboratório Nacional de Energia e Geologia | 28,4 |
Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu | 28,6 |
Instituto de Gestão da Tesouraria e Crédito Público | 32,2 |
Laboratório Militar de Produtos Farmacêuticos | 32,2 |
Instituto de Informática | 33,1 |
Instituto Nacional de Aviação Civil | 44,4 |
Instituto Camões | 45,7 |
Agência para a Modernização Administrativa | 49,4 |
Instituto Nacional de Recursos Biológicos | 50,7 |
Instituto Portuário e de Transportes Marítimos | 65,5 |
Instituto de Desporto de Portugal | 79,6 |
Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres | 89,7 |
Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana | 328,5 |
Instituto do Turismo de Portugal | 340,6 |
Inst. Apoio Pás e Médias Empresas e à Inovação | 589,6 |
Instituto de Gestão Financeira | 804,9 |
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas | 920,6 |
Instituto de Emprego e Formação Profissional | 1.119,9 |
| 5.018,4 |
- Se se reduzissem em 20% as despesas com este – e apenas estes – organismos, as poupanças rondariam os 1000 milhões de €, e, evitava-se a subida do IVA.
- Se fossem feitas fusões, extinções ou reduções mais drásticas a poupança seria da ordem dos 4000 milhões de €, e, não seriam necessários cortes nos salários.
- Se para além disso mais em outros tantos Institutos se procedesse de igual forma, o PEC 3 não teria sequer razão de existir.
Falta de memória no jornalismo
É JUSTO!
É necessário pagar os pronográficos ordenados do Dr António Mexia e da Drª Ana Maria Fernandes.
E também os astronómicos prémios que ambos recebem!
É preciso pagar a cátedra do Dr. Antonio Pinho numa Universidade norte-americana.
É necessário cobrir os sobre-custos que um país de pelintras tem por se armar em querer ser líder nas energias renováveis!
Por isso é da mais elementar justiça que o povo tenha um aumento substancial do preço da electricidade!
domingo, 17 de outubro de 2010
Comemoramos a ditadura?
Comemoramos este ano 100 anos de república. Sim, república com letra pequena, porque República existe apenas desde 1976.
Foram anos de ditadura, em que os eleitores diminuíram 50%, de perseguição da igreja, de forte conturbação social, de saque aos bens da Igreja, de roubo dos bens do Estado, de...
O que é profundamente lamentável é que subsistem ainda alguns tiques da I república. O que acontece hoje com a igreja de Campolide é vergonhoso. O Estado confiscou o imóvel; o Estado deixou-o apodrecer; o Estado recusa-se a fazer obras; o Estado pôs o imóvel à venda...
DESPESAS
Quanto pesa na redução da despesa prevista, a componente salarial?
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Insónias orçamentais
terça-feira, 12 de outubro de 2010
APARELHOS
Mas podiam falar também do aparelho do Estado, ocupado por pessoas também ilustres, que dizem sempre mal dos partidos e que dependem do Estado. São avençados da Administração Pública, local, regional e nacional; São pessoas cuja passagem por alguns lugares políticos lhes permitiu, e ainda permite, resolver problemas de clientes (quanto não valem certos telefonemas...?)
E, curiosamente ou talvez não, são esses que mais falam do interesse nacional e não querem o próximo OE chumbado.
Interesse nacional?.....
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Curiosa Coincidência
O ex-lider do CDS tinha avançado com a possibilidade de se candidatar à Presidência da República, designadamente, porque Cavaco tinha promulgado a lei que alterou o instituto jurídico do casamento.
Cavaco, por outro lado, tinha fundamentado a promulgação, por já na altura, considerar não ser o momento para cavar mais divisões na sociedade portuguesa, partindo ele do princípio, portanto, que manter o que estava, há muitos anos, arreigado na comunidade nacional era criar divisões...E evidentemente, a contrario, alterar radicalmente o que foi modificado era contribuir para a coesão nacional!
Curiosa coincidência esta de o motivo da não candidatura de Ribeiro e Castro ser precisamente o mesmo que alegadamente levou o Presidente da República a não vetar a referida lei, por sua vez a razão principal pela qual o ex-líder do CDS se prontificou a apresentar a sua candidatura.
Confuso?
Nada!
Aliás, até me admiro que nestes tempos em que boa parte da elite bem pensante invoca os superiores interesses nacionais como razão para que as opções políticas alternativas sejam eliminadas, nomeadamente, na novela montada acerca do Orçamento de Estado, não haja ninguém que propugne que o melhor mesmo é não haver eleições presidenciais e entronizar já Cavaco por mais 5 anos.
domingo, 10 de outubro de 2010
Contradições ou Coincidências...
E que razão os impede? O facto de já terem sido anunciadas as linhas orientadoras? Mas de que valem essas linhas orientadoras, se ainda ontem uma delas foi abandonada? Ou já ninguém se recorda do Senhor Ministro das Finanças ter anunciado que não haveria lugar à acumulação de reformas do Estado com vencimentos do próprio Estado? E quando afinal essa "medida" desaparece podemos acreditar que as demais se manterão?
Onde está afinal o rigor de quem analisa e comenta?
sábado, 9 de outubro de 2010
Chantagem 3
1. Ao colocarem do lado do PSD toda a responsabilidade pela viabilização do OE, os comentadores do costume estão a dizer aos portugueses que só existem dois partidos na AR, pelo que os demais são dispensáveis e o voto que lhes foi dado é simplesmente inútil.
Não surpreende a atitude, mas já causa estranheza que ao centro o CDS e à esquerda o BE e o PCP assobiam para o ar como se nada do que se passa lhes dissesse respeito.
A táctica com que se têm comportado é reveladora da assumpção da sua pequenez e da sua indisfarçável situação de marginais face aos grandes problemas do País.
2.O que está em causa não é a viabilização de um OE é a manutenção e a sobrevivência de uma classe política e do seu grupo de apaniguados. Viabilizar o OE é permitir que continuem a servir-se do que resta do erário público; dizer não ao OE é salvar Portugal do pior que nos sucedeu.
Não há duas opções e quem empurra, ou tenta empurrar, Passos Coelho em sentido contrário não pensa na Nação!
João Ferreira do Amaral
É Prof. do Instituto Superior de Economia e foi assessor do Presidente da República Jorge Sampaio.
Discreto, sem querer chamar a atenção sobre si próprio, publicou livros na década de 90, alertando, explicando, avisando, sobre o que poderia acontecer à economia e às finanças portuguesas, quando aceitamos o euro com uma paridade demasiado elevada.
Ninguém (ou quase ninguém) o ouviu e quis ouvir.
Hoje tudo ou quase tudo do que ele previu está aí. É raro aparecer nas TVs e mesmo quando aparece tem a postura dos grandes senhores, sem pedir responsabilidades a quem desdenhou os seus conselhos e ensinamentos.
Leiam-no e perceberão que em Portugal nem todos são iguais.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Chantagem inaceitável e indecorosa
Se o PSD e, já agora, o CDS, votarem contra, como deveria acontecer pelo que se conhece das linhas gerais que norteiam o Orçamento de Estado e que se baseiam num aumento generalizado de impostos (eufemisticamente denominado de corte na despesa pública no que se refere aos vencimentos dos servidores públicos), qual a responsabilidade do PCP e do BE numa eventual crise política? Estão dela isentos porquê? Não seria mais natural que um orçamento que se alicerça no aumento brutal da carga fiscal devesse ser suportado pelos partidos socialistas com representação parlamentar?
Ou apenas o PSD está obrigado a deixar passar o Orçamento? Porque razão a generalidade de quem tem tempo de antena entende que o PSD tem que aprovar este Orçamento e não coloca igualmente a questão de ter que ser o PS a alterar a sua posição?
Razão tem, pois, Miguel Relvas quando lembra a atitude de Cavaco em 1985 enquanto novel líder do PSD...Ler aqui http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1680404
Tivesse Cavaco ouvido os bem pensantes do regime (habitualmente os mesmos e sempre com as mesmíssimas razões) e provavelmente estaria hoje em Boliqueime a sentir as agruras de uma cada vez mais míngua reforma...
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Apresentação do livro CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA - Memória de um Percurso
Modernidade em movimento
Tal como eu, os que tinham sido apanhados na armadilha não queriam acreditar, mas que remédio...que foi fazer marcha atrás e fazer um caminho alternativo de mais 40Km de forma a poder atingir a magnifica cidade alentejana.
Bem podem vir com choques tecnológicos, inovação, competitividade e mais um sem número de chavões sobre as maravilhas do progresso português que a República nos deixou...
O Estado em Portugal, continua, lamentavelmente sem qualquer cultura de responsabilidade e de respeito para com os seus cidadãos, sobre os quais impendem mais e mais impostos, taxas e outras contribuições que tais.
Deplorável este "detalhe" apenas 3 dias antes das faustas comemorações dos 100 anos do 5 de Outubro de 1910!
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Nos 20 anos da reunificação alemã
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Monarquia e República ou o denotador de uma Revolução
Contribuí, no entanto, activamente, para que no processo de revisão constitucional de 1997, a Constituição deixasse de ter como limite material das revisões, a forma republicana de governo, apresentando uma proposta de revisão que, em alternativa, colocava como limite material a forma democrática de governo.
Votada na especialidade, em Plenário, a proposta recebeu 44 votos favoráveis, entre os quais alguns republicanos como Barbosa de Melo, José Saraiva, Pedro Roseta, Manuel Monteiro, Jorge Ferreira e Nuno Abecasis.
Mais importante que o número de votos favoráveis que recebeu foi o facto de a matéria ter suscitado um debate parlamentar que se prolongou por mais de 1 hora, para desespero daqueles que antidemocraticamente pretendiam despachar rapidamente o assunto, sem debate e sem contradita.
Perante uma proposta de texto constitucional incontestavelmente melhor, era evidente a incomodidade dos que, plenos de dogmatismo,votaram contra.
A questão que, em 1997 e hoje, se coloca não é, portanto, de opção entre monarquia e república mas a de saber porque é que não é conferida ao povo a liberdade de escolher.
No dia em que essa liberdade for conferida, então cá estaremos, neste blogue e por todo o País, a debater as vantagens e as desvantagens daquelas duas formas de governo.
Por estes dias, lendo e ouvindo o que se tem escrito e falado sobre o clima que antecedeu a golpe de Estado de 5 de Outubro de 1910, praticamente só encontro paralelismos com aquele que hoje se vive.
Se andarmos para trás na nossa história, encontramos outras revoluções que foram antecedidas por situações semelhantes à actual.
Recordo apenas o brutal aumento de impostos lançado em 1637, que deu o mote para a revolução de 1640.
Sucede que hoje já não temos a coragem para fazer revoluções (ou golpes de Estado), pegar em armas e ir para a rua, assaltar (fisicamente) os centros do Poder, bombardear a partir do Tejo o Palácio de S. Bento e o Palácio de Belém.
Como todos sabemos, as revoluções não são feitas pelo povo, mas por uma vanguarda que se aproveita do descontentamento do povo.
Como acredito que o agravar do clima vai produzir uma Revolta popular, também acredito que surgirá aquela vanguarda.
E quando isso acontecer, não tenhamos dúvidas que os defensores do regime não terão a força anímica para o defender, como aconteceu a 4 de Outubro e no 25 de Abril.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O primeiro grande teste para PASSOS COELHO
Alexandre Relvas,o "mourinho" de Cavaco Silva deu o mote; depois foi Paulo Rangel e ontem à noite Marcelo Rebelo de Sousa.
Se não soubéssemos do que a casa gasta, diríamos que era apenas o interesse nacional a ditar tais razões.
Acontece que Passos Coelho disse, e repetiu, que não apoiaria um OE que aumentasse os impostos e acontece ainda que a proposta do primeiro-ministro aumenta impostos. De forma directa e de forma indirecta.
Se ceder nesta matéria, salvo se novos factos ocorrerem, Passos Coelho terá feito a vontade aos seus adversários, mas terá prejudicado a hipótese de consolidar uma alternativa sólida de governo.
Quem agora se manifesta tão preocupado com a crise económica e financeira, tem acima de tudo uma preocupação: substituir Passos Coelho na liderança do PSD e esperar pela reeleição de Cavaco para preparar a sua sucessão.
domingo, 3 de outubro de 2010
Deputado sofre ...
Deputado pede jantar na cantina"Curiosa" notícia, de um - como é que dizia a outra senhora? - ah, sim: palhaço.
"Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer", afirmou Ricardo Gonçalves ao CM, repetindo o que tinha dito na última reunião do grupo parlamentar do PS, perante as medidas de austeridade do Governo.
O deputado do PS Ricardo Gonçalves diz que está a apertar
O deputado socialista, que aufere cerca de 3700 euros mensais, reagiu assim ao corte de 5% que será aplicado de forma progressiva na Função Pública a quem recebe mais de 1500 euros. "Tenho 60 euros de ajudas de custos por dia. Temos de pagar viagens, alojamento e comer fora. Acha que dá para tudo? Não dá", referiu Ricardo Gonçalves para argumentar a sugestão que fez de a Assembleia da República abrir a cantina à hora do jantar.
Ricardo Gonçalves admite que lançou um repto irónico aos colegas de bancada, mas afirma que o assunto é sério, e que a classe política também é muito atingida pelas medidas de austeridade. "Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira", reafirma o socialista Ricardo Gonçalves.
O deputado ousou até discutir o assunto com José Sócrates. "Até foi uma discussão muito forte. Disse--lhe que as medidas já deviam ter sido aplicadas há mais tempo e que ele tem de explicar muito bem aos portugueses porque é que as contas de 2010 ainda não estão certas". referiu Ricardo Gonçalves.
E é nisto que votam em Braga?!
PALHAÇO
E como combater a CHANTAGEM?
E o que são políticos livres?
São políticos que não têm problemas de corrupção;
São políticos que não tomam decisões em função de benefícios patrimoniais;
São políticos que não dão o voto à alteração de leis para mudar o rumo de investigações judiciais, só por temerem a divulgação de problemas em que se envolveram ou ainda estão envolvidos;
São políticos que sabem distinguir o negócio da política, da política dos negócios;
São políticos que não se envolvem na discussão de Orçamentos de Estado a pensar nas vantagens dos grupos económicos para quem trabalham ou de que são administradores;
São políticos que não estão na negociata de nomeações para a Caixa Geral de Depósitos ou de outras empresas, directa ou indirectamente, controladas pelo Estado;
São políticos que não se protegem por trás das imunidades parlamentares, para atrasarem inquéritos judiciais;
São políticos que não se aproveitam dos lugares públicos para fazerem compras para o Estado a empresas de amigos;
São políticos que têm a coragem de levar até ao fim os inquéritos parlamentares e denunciam os outros políticos que se tornaram milionários e depois de levarem à falência as empresas por onde passaram, emigram para países onde a extradição não é possível;
São políticos que não aceitam o escândalo das avenças do Estado a certos escritórios de advogados, enquanto esse mesmo Estado tem departamentos jurídicos com profissionais a quem paga mensalmente;
São políticos que não aceitam o esbanjar de dinheiro em muitas Entidades Reguladoras e dizem com clareza quais os Institutos Públicos e Empresas Municipais, que deveriam ser extintos;
São políticos que não pactuam com a existência de directores de serviço hospitalar que ao mesmo tempo trabalham para o gabinete da ministra e se passeiam pelo mundo, à custa do erário público.
Enquanto não tivermos esses políticos LIVRES, à esquerda ou à direita, tudo é simples conversa, tudo é feito para nos entretermos, tudo é folhetim.
A CHANTAGEM
Diz o primeiro-ministro que o governo se demite se a sua proposta de OE não for aprovada, tentando atirar a responsabilidade da crise para quem não concorda consigo: não se aceita. Se o governo se demitir a responsabilidade por qualquer crise é sua, exclusivamente sua, e não é honesto querer imputá-la a terceiros.
Diz o primeiro-ministro que se o OE não for aprovado a credibilidade externa de Portugal fica afectada. Não concordo. A credibilidade política, logo económica, não depende apenas das intenções, das palavras ou das leis que se aprovam; depende essencialmente das pessoas que executam.E essa credibilidade é igual a 0, quando os dirigentes e os governantes dizem tudo e o seu contrário.
Dizem os entendimentos que Passos Coelho tem, obrigatoriamente, de viabilizar o OE, mas o que não dizem estes mesmos entendidos é que se têm enganado ao longo dos anos, com as suas análises, as suas previsões, as suas soluções. São sempre os mesmos a ditar sentenças, a propor rumos, a proferir palestras e conferências. São sempre os mesmos que se enganam, mas que do alto da sua petulância, não têm a humildade para afirmar: errámos!