domingo, 31 de janeiro de 2010

FIM DA LINHA

Tive castelos, fortalezas pelo mundo
Não tenho casa, não tenho pão
Tive navios, milhões de frotas, mar profundo
Onde é que estão... onde é que estão?

Guerra Junqueiro



E eis–nos aqui chegados: fim da linha... Desta linha, sem alma, sem sonho, sem ambição, desconhecendo se estamos no fim do princípio ou no princípio do fim.

Vagueando e vacilando, caminhamos sem destino, impotentes, frente à tormenta que sobre nós se abateu.
Perdidos no tempo e também no espaço, náufragos sem abrigo, perguntamos quem somos, onde estamos, para onde vamos.

Eis – nos, pois, aqui chegados... Partimos? Ficamos?

O mundo seguiu em frente e ficámos nós: Um Povo inteiro e completamente abandonado, um país que já levou a luz ao Mundo mergulhado na escuridão.

Partimos, ficamos?

Seguramente que só nos resta partir. Içar as velas e partir de novo. Há ainda vontade de sobra e é tempo ainda de trazer tempo ao Tempo. Resta–nos partir. Gritando a revolta que sentimos e o sentido profundo da liberdade que nos dá força.

Não há amarras, não há grilhões...

... Já quase não há Tempo!