1. Nunca fui um entusiasta da existência de sindicatos em certas actividades. Creio que a sua essência e razão de ser não se encaixa na magistratura, seja Judicial ou do Ministério Público, e tenho a maior das dúvidas quanto à sua presença ao nível da Polícia. É uma opinião e uma opinião que não depende dos consensos ou da prática maioritária nos chamados países democráticos.
Pergunto-me o que poderia impedir sindicatos dos deputados, dos adjuntos e assessores de ministros. E já agora sindicatos dos próprios governantes defensores das condições de trabalho de ministros e secretários de estado. Dir-se-á que os exemplos não colhem e que a comparação é absurda, mas o tema mereceria ser debatido com serenidade sem tabus ou preconceitos de qualquer natureza.
2. Dito isto uma nota é devida sobre a polémica PGR - Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. E é devida com o à vontade de quem acaba de escrever o que escreveu. Quem ataca agora este Sindicato e a sua direcção não o faz (excepção para Jorge Miranda), por razões de fundo ou com substância. Fá-lo porque pela primeira vez em muitos anos há uma direcção no sindicato que não anda a reboque de quem manda e que simplesmente percebeu que é necessário lutar pela liberdade de acção dos magistrados condicionados tantas vezes por chefias conluiadas com o poder político.
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