Entre nós a discussão é sempre tempestuosa. Seja qual for o tema. E, como qualquer tempestade que surge do nada, passa como se não tivesse acontecido. Há uma excepção é certo: quando a tempestade vira catástrofe as sequelas são evidentes e os efeitos marcantes. Sendo a excepção coisa rara, a regra é a de sempre: falamos todos do mesmo, esquecemos a "importância" do tema do dia anterior e assumimos como única Questão aquela que os jornais e as televisões nos apresentam.
De há uns dias para cá o assunto do dia chama-se SCUTS: paga-se, não se paga, utilizador-pagador, alternativas.....
Habituado a caminhar em sentido contrário ao da corrente, e por isso sempre minoritário, lembro que a questão, a tal Questão que deveria provocar debate, é outra: quais são os Fins do Estado? E quais são as Funções que lhe devem estar atribuídas, para alcançar esses mesmos Fins?
Durante anos, à esquerda e à "direita", foi-nos dito que o Estado era um ser total e que a sua totalidade implicava presença em todos os domínios e sectores, logo a sua oferta tudo abrangia. Hoje, sem dinheiro e com muitas dívidas, o Estado total, aquele que temos entre nós, fala-nos em princípios liberais e admira-se de não ser ouvido. Educou-nos para outra música, formatou-nos para outro modelo e lembra-nos agora que há mercado, livre escolha, opções diferenciadas com custos distintos.
Mas disto ninguém fala. É irrelevante e talvez demasiado exigente para a gente superior que nos lidera.
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