Ana Gomes acusa Procuradoria-Geral da República de "frete político" nos voos da CIA
Com a devida vénia ao Público
A eurodeputada socialista Ana Gomes acusou hoje a Procuradoria-Geral da República e a procuradora Cândida Almeida em particular de terem feito um “frete político” ao arquivarem a investigação aos chamados voos da CIA. Ana Gomes disse não saber quem fez a pressão, mas fica implícito nas suas palavras que ela só poderá ter partido do Governo.
Numa conversa com a mais nova geração de diplomatas, que convidou para uma visita a diversas instituições da União Europeia, Ana Gomes falava na importância de os diplomatas falarem sempre a verdade, quando deu o seu exemplo no caso dos voos da CIA, dizendo que mesmo contra o seu partido e o governo do PS falou sempre a verdade. E falou então no “frete”: “A justiça apurou, mas depois optou por fazer um frete político”.
Mais tarde em declarações ao PÚBLICO, Ana Gomes confirmou que se referia ao procurador-geral da República e à procuradora Cândida Almeida, que coordenou a investigação e mais tarde ordenou o seu arquivamento. “Os primeiros procuradores que investigaram o processo até trabalharam bem, conseguindo uma série de pistas importantes que deviam ser seguidas, mas depois saíram do processo e ele acabou arquivado”, disse a eurodeputada, que se bateu por investigações nacionais e europeias ao facto de, eventualmente, aviões norte-americanos terem usado o espaço nacional e europeu para transporte de detidos sem mandato para a prisão de Guantanamo.
“Nao tenho dúvidas de que foi uma decisão politicamente orientada. Por quem, não sei, às vezes até são os próprios que se condicionam a si próprios, que se inibem. Agora, o arquivamento não serviu a justiça, serviu alguns interesses políticos), acrescentou.
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