Sou convictamente municipalista, pelo que só posso ser, com igual convicção, contra a Regionalização.
Sou municipalista porque acredito que a proximidade destas autarquias aos cidadãos é a chave do seu sucesso. Ser autarca é ter a capacidade de conhecer os problemas dos seus eleitores, ter os meios para os resolver e ver a solução. Mais nenhum político tem este previlégio. Como há muitos anos me dizia o então Ministro da Educação, o exercicio do seu cargo é como jogar ténis com 10 bolas - consegue-se bater uma bola, duas bolas, talvez três bolas, mas ficam outras sete por bater. Ser deputado é um mero exercicio, as mais das vezes inconsequente, de macro-politica. Ser autarca municipal é o oposto de tudo isto.Ser autarca municipal é pôr em prática o príncipio, tão reclamado mas tão pouco cumprido, da proximidade entre eleito e eleitor. O autarca municipal é aquele político que está a ser permanentemente escrutinado, sempre que sai à rua, porque todos os seus eleitores o conhecem. Mas para tanto, é necessário manter a dimensão pequena que é sinónimo daquela proximidade.
As Regiões são o oposto de tudo isto.
São mais do mesmo.
São aquilo contra o que nos Revoltamos.
Claro que a necessidade de desenvolver políticas locais, num espaço territorial mais vasto do que o do município, pode ser conseguido com recurso a entidades supramunicipais criadas numa base voluntária e não imposta.
É que importa ter presente que quem conhece melhor os interesses comuns aos vários municípios são os respectivos autarcas e não o legislador parlamentar.
Aliás, uma das razões da justa derrota da Regionalização em 1999, residiu exactamente no facto de uns quantos iluminados, se terem dedicado a criar um novo mapa de Portugal, sem qualquer ligação à realidade. Como voltará a acontecer se esse disparate vier de novo para a agenda política.
O sonho regionalista é como o sonho de Maio de 68 - teve a sua época, mas já está "demodé".
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