Leio no DN que a esquerda, PS e BE, tenciona avançar com mais uma "agenda fracturante". Desta feita querem que a mudança de sexo seja oficialmente reconhecida. E dizem pretender que o tema se discuta e vote rapidamente. Ao que parece já a seguir às férias parlamentares.
Tenho por hábito respeitar as opiniões, mesmo que contrárias às minhas. Acostumado a estar do lado minoritário no plano político, mas nem por isso com qualquer sentimento de solidão, fui ganhando a paciência necessária para perceber que aquilo que hoje não é "certo" amanhã o pode ser e que as modas políticas são a coisa mais fútil e efémera que pode existir.E como fui ganhando paciência, vou esperando também a dos outros para entenderem quem se mantém firme nos seus princípios. Quero com isto dizer o seguinte:
Não me espanta que o BE se passeie impunemente numa agenda de disparates proclamados com ar pesado e pseudo-solene por pessoas que não deixaram de ser o que eram apesar do aproveitamento da democracia por si sempre considerada burguesa.Eles perceberam que a sua revolução pode ser feita com tranquilidade, com muito mais tranquilidade, neste regime de eunucos, sem necessitarem de tiros e de bombas.
E talvez já não me espante este PS preso por cordas, que vai atrás de uma agenda que trai o sentimento profundo da maioria do seu próprio eleitorado.
E talvez também já não me espante que na direita haja "condescendência", mascarada de indignação ou de votos contrários. Se a direita fosse verdadeiramente contra esta agenda e tivesse coluna vertebral apresentaria, como a esquerda da fantochada o faz sempre que isso lhe convém, projectos para alterar o que foi anteriormente votado. Só que isso não acontece. E porquê? Porque o País tem outras prioridades? De modo nenhum. Não o faz, porque ao contrário dos homossexuais que dão a cara e assumem o que são, o que pensam e o que querem, os homossexuais disfarçados de anti-homossexuais, teóricos defensores da família natural e que dominam a direita portuguesa têm medo de ser descobertos. E, apesar de politicamente falarem em sentido contrário, passam por estes temas como quem passa pelo buraco da agulha.
Só assim se compreende que tenham alterado, em 2004, o artigo 13º da Constituição; só assim se compreende que muitos estejam ausentes do Parlamento no dia de certas votações e só assim se compreende o que não é razoável ser compreendido!
"Os homossexuais disfarçados de anti-homossexuais, teóricos defensores da família natural e que dominam a direita portuguesa têm medo de ser descobertos" - parabéns! Há tanto disto...
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