Artigo de Miguel Leão, Médico, Fundador do Movimento Douro Litoral e antigo Presidente do Conselho Distrital do Porto, da Ordem dos Médicos
Eleições no PSD: Quem ganhou e Quem perdeu
O meu amigo Manuel Monteiro convidou-me para escrever algumas linhas neste blog. Por razões de oportunidade, escolhi como tema as recentes eleições para Presidente do PSD.
No dia em que escrevo (30 de Março) seguramente que muito poucos dirão que não votaram em Pedro Passos Coelho. Pela minha parte, não escondo que votei em José Pedro Aguiar Branco e tenho pena que Marcelo Rebelo de Sousa não tivesse sido candidato Estou, em suma, à vontade para analisar a vitória do novo Presidente do PSD.
O que significa, então, a vitória dos que ganharam e, particularmente, do novo líder do PSD?
Concorde-se, ou não, traduz a vitória da coerência de um projecto, paulatina e ferreamente, defendido ao longo de mais de dois anos
Goste-se, ou não, reflecte a vitória do trabalho sistemático
Perceba-se, ou não, corresponde à capacidade de constituir uma equipa
Lamente-se, ou não, demonstra a importância das estruturas distritais do PSD
Inveje-se, ou não, implica o reconhecimento da liderança pessoal de Pedro Passos Coelho.
Não obstante a unidade desejável a que a esmagadora vitória de Pedro Passos Coelho certamente obrigará, houve seguramente quem perdeu.
Perdeu quem, escondido no nevoeiro, patrocinou candidaturas para garantir, no futuro, outro género de candidaturas, ainda que não à liderança do PSD.
Perdeu quem, usando a opinião por si publicada, abusa da pseudo-imparcialidade do comentário político para criar (ou pretender criar) vanguardas esclarecidas.
Perdeu quem, considerando-se como elite, não tolera que, em democracia, os votos sejam todos iguais.
Perdeu quem, usando de oportunismo ou mesmo traição, se convenceu que os compromissos não são para cumprir.
Perdeu quem, abusando das suas pseudo-influências na dita sociedade civil, não teria qualquer reconhecimento não fora o desempenho de cargos políticos.
Perdeu quem, esquecendo noções básicas de política, não percebeu que não basta fazer discursos gritados, ainda que enriquecidos por frases sem conteúdo, para ser líder de partido.
Espera-se, agora, que o PSD ganhe estabilidade. Mas temo que os oráculos do costume não vão deixar. Na verdade, o marxismo-leninismo (seja ele estalinista, trotskistas, maoísta ou neo-liberal) apesar de ser uma ideologia em extinção, contínua ser um estado de espírito…
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