terça-feira, 13 de julho de 2010

Deve ser este o tratamento preferencial para artistas....


Deputada declara verbas distintas

Valores de 2008 declarados ao Fisco e no Tribunal Constitucional não coincidem. Em 2009, Inês de Medeiros mais do que duplicou o vencimento.


Com a devida vénia ao Correio da Manhã



Por:Janete Frazão

Inês de Medeiros ainda não apresentou a declaração de IRS de 2009 nas Finanças, apesar de o prazo ter terminado no dia 25 de Maio. Relativamente a 2008, a deputada do PS declarou rendimentos distintos ao Fisco e no Tribunal Constitucional. 'Não me chateiem com isso. Não recomecem', disse Inês de Medeiros quando contactada pelo CM, numa alusão ao caso das viagens, que na altura rotulou de 'circo demagógico'.

Cerca de um mês e meio após ter terminado o prazo de entrega do IRS, Inês de Medeiros continua em falta com a apresentação dos seus rendimentos. De acordo com os valores declarados pelas entidades pagadoras, fica-se a saber que a deputada independente eleita pelo PS recebeu, em 2009, mais de 35 mil euros. Com esta verba, Inês de Medeiros mais do que duplicou os seus rendimentos face a anos anteriores.

Por dois meses e meio de trabalho como deputada (de 15 de Outubro, quando iniciou funções como deputada, até Dezembro de 2009), a Assembleia da República declarou às Finanças que Inês de Medeiros ganhou 12 647 euros. A este valor devem juntar-se as ajudas de custo pagas pelo Parlamento e que não são declaradas ao Fisco.

Por trabalho independente, a deputada recebeu, em 2009,22 517 euros. Esta importância, quando for declarada, apenas contará em 50% por dizer respeito a rendimentos da categoria de artistas literários, sendo os outros 50% declarados no anexo dos benefícios fiscais (H), que estão isentos de imposto. Já em 2008, Inês de Medeiros apenas declarou rendimentos de categoria B (trabalho independente), que totalizaram 8304 euros. Ou seja, ao longo do ano a deputada auferiu16 609 euros. O mesmo aconteceu em 2005, 2006 e 2007.

Ainda em 2008, mas na declaração sobre o valor do património e rendimentos que Inês de Medeiros está obrigada a entregar no TC, a deputada apresentou um valor distinto: 5673 euros. No TC, Inês de Medeiros deu ainda conta de uma declaração de rendimentos conjunta com o marido, em França, no valor de 111 143 euros.

RENDIMENTOS

ISENTA DE IMPOSTO

Desde 2005 que Inês de Medeiros declara rendimentos sobre a actividade artística e literária, em que 50% da verba está isenta de imposto. A deputada ainda não entregoua declaração de IRS de 2009.

ANO/RENDIMENTO BRUTO

2005: 4250 € (categoria B)

2006: 2700 € (categoria B)

2007: 18 000 € (categoria B)

2008: 16 609 € (categoria B)

2009: 22 517 € (categoria B)
12 647 € (categoria A)


BOY DE SÓCRATES PAGOU 15 MIL EUROS POR ENTREVISTAS

A Codecity – Informação e Comunicação Lda, detentora da recém-extinta revista ‘Relance’, do ex-administrador da PT e do Taguspark envolvido no processo ‘Face Oculta’, Rui Pedro Soares, pagou 3100 euros a Inês de Medeiros em 2008. Já no ano passado, a deputada recebeu 12 mil euros daquela publicação mensal , para a qual colaborava através da realização de várias entrevistas .

O Instituto do Cinema e do Audiovisual pagou a Inês de Medeiros 2870 euros, em 2008, e 850 euros, já em 2009.

4 comentários:

  1. Com a minha devida vénia a ti e à jornalista Janete Frazão fico à espera de pelos menos uma dúzia de entre as outras 229 investigações equivalentes, sob pena desta me despertar muitas suspeitas quanto às verdadeiras intenções desta...

    Venham elas (investigações idênticas a esta) sobre elas (deputadas): Ana Drago, Assunção Cristas, Helena Lopes da Costa, Heloísa Apolónia, Rita Rato e, já agora, e para dar o exemplo embora não seja deputada, a da presidente do teu partido Maria Augusta Montes.

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  2. Andas desactualizado... A Direcção do PND é colegial desde o último congresso, sem presidente. E a Maria Augusta não faz parte dela.

    Um abraço

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  3. Então agora também andas como o Manuel Monteiro a querer iludir o cerne das questões?

    Para mim, estas devassas só são aceitáveis se forem um meio para provarem factos mais graves, não podem ser um fim em si mesmas.

    Quando ao PND, se a direcção passou a colectiva não queres ser tu o militante que se oferece para publicitar aqui a sua declaração de IRS para dares um (bom) exemplo?... Ou estás como a Inês de Medeiros e ainda não entregaste a declaração?

    Um abraço

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  4. Ainda bem que colocas essa questão!

    Como sabes os deputados e outros titulares de cargos públicos são obrigados a declaração de rendimentos e de património. Foi assim que a jornalista teve acesso a tais "documentos". E pela sua consulta há dois factos: um ano com declarações dispares em dois organismos diferentes e ausência de declaração em outro ano. Não tenho a certeza absoluta mas parece-me que até há cargos em que a ausência de declaração levaria teoricamente à perda de mandato. Teoricamente porque em Portugal as leis fazem-se para não serem levadas às últimas consequências.

    Quanto ao repto que me lanças digo-te apenas que não sou deputado nem ocupo nenhum desses cargos públicos. Se fosse obrigado, fá-lo-ia. E se fosse solteiro mesmo sem ser obrigado, teria todo o gosto em satisfazer a tua curiosidade...

    Abraço

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