sexta-feira, 4 de junho de 2010

EU TIVE UM SONHO...

Pedro Passos Coelho desafiou pressão da banca para não dar um "não" letal a Sócrates

"O que hoje se passou, não foi um debate, foi uma autópsia." Assim resumia ontem um pletórico deputado do PSD a sessão em que as hostes de Passos Coelho viram o seu adversário converter-se pela primeira vez em cadáver político; convencidas de terem infligido o primeiro golpe letal da legislatura a José Sócrates e tê-lo reduzido à condição de primeiro-ministro interino.

A euforia social-democrata foi justificada pelas dúvidas que precederam a batalha parlamentar. É que a aposta de ontem foi a mais arriscada de Passos Coelho. Dizer não às propostas do governo sobre o PEC era desafiar todas as pressões recebidas nos últimos dias, na sua qualidade de partido de governo, de algumas chancelarias europeias, curiosamente não de Angela Merkel, mas, sobretudo, dos grandes bancos portugueses, que desenvolveram todo o tipo de pressões sobre Passos Coelho.

Passos Coelho escolheu dizer não, e disse isso logo na primeira frase do seu discurso.

"Estas propostas simbolizam o fracasso da sua política geral, não só económica, de toda a sua política. E, claro, o meu grupo não irá contribuir com o seu voto para que o principal problema da economia portuguesa, o senhor, continue aí."

E foi aqui que acordei! Tinha aos pés o jornal El Mundo e o artigo Rajoy desafía la presión de la banca para asestar un 'no' letal a Zapatero. Pois é, era em Espanha! Como é diferente a oposição em Espanha ao governo socialista!

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