domingo, 3 de outubro de 2010

A CHANTAGEM

Diz o primeiro-ministro que não é obrigado a governar com o orçamento dos outros. Compreende-se, mas os outros também não são obrigados a aceitar o orçamento do PS.

Diz o primeiro-ministro que o governo se demite se a sua proposta de OE não for aprovada, tentando atirar a responsabilidade da crise para quem não concorda consigo: não se aceita. Se o governo se demitir a responsabilidade por qualquer crise é sua, exclusivamente sua, e não é honesto querer imputá-la a terceiros.

Diz o primeiro-ministro que se o OE não for aprovado a credibilidade externa de Portugal fica afectada. Não concordo. A credibilidade política, logo económica, não depende apenas das intenções, das palavras ou das leis que se aprovam; depende essencialmente das pessoas que executam.E essa credibilidade é igual a 0, quando os dirigentes e os governantes dizem tudo e o seu contrário.

Dizem os entendimentos que Passos Coelho tem, obrigatoriamente, de viabilizar o OE, mas o que não dizem estes mesmos entendidos é que se têm enganado ao longo dos anos, com as suas análises, as suas previsões, as suas soluções. São sempre os mesmos a ditar sentenças, a propor rumos, a proferir palestras e conferências. São sempre os mesmos que se enganam, mas que do alto da sua petulância, não têm a humildade para afirmar: errámos!

1 comentário:

  1. É verdade

    Como é verdade que Sá Carneiro nunca aprovaria este Orçamento. Mas o PSD de Sá Carneiro morreu com ele. Até prova em contrário.

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