sexta-feira, 16 de abril de 2010

VIERA DA SILVA E OS COMBUSTÍVEIS - IGNORÂNCIA OU DESONESTIDADE INTELECTUAL?


O quadro acima foi construído a partir dos dados disponibilizados pela Direcção Geral de Energia e Geologia no seu site.(secção Estatísticas e Preços/Preços e Fiscalidade/Preços de Combustíveis/Estrutura dos Preços dos Combustíveis Líquidos em Portugal Continental e na União Europeia (1999 a 2010))

De realçar que esta Direcção Geral pertence ao Ministério de Economia, Inovação e Desenvolvimento, cujo ministro é um tal de Vieira da Silva, o tal que diz não compreender porque estão os combustíveis tão caros.

Expliquemos então sumariamente e de forma simplificada, mas com algum rigor. A nível europeu existem umas fórmulas que servem para calcular o preço de saída dos combustíveis das refinarias. Essas fórmulas são semelhantes, havendo variações geográficas e outras, mas normalmente levam a preços muito semelhantes entre refinarias próximas.

O quadro anexo tem apenas 3 meses por dificuldades de tempo minhas para construir um mais extenso e para facilidade de comparação apenas Portugal, Espanha e Grécia (os mais semelhantes a nível de custos à saída da refinaria), mas se consultarem os ficheiros - disponíveis desde 1999, chegarão sempre às mesmas conclusões, ou seja:

Existem variações, dependendo do produto ou do mês e ano, para cima ou para baixo relativamente ao custo sem taxas, mas sempre de valores inferiores em média a um cêntimo. Mas as diferenças entre os preços finais entre os 3 países são enormes! Porquê? Têm 2 nomes: IVA e ISP!  E assim, um cêntimo de diferença facilmente se transforma no bolso do consumidor português em 10, 20 ou 30 cêntimos a mais no preço pago, do que o seu congénere espanhol!

Efectivamente, é a carga fiscal que faz a diferença e o ministro sabe-o bem. Mas por razões políticas, convem-lhe desviar as atenções das trapalhadas, confusões e incompetências em que este governo está mergulhado. E também a Paulo Portas convém fazer demagogia pegando neste assunto, para que se deixe de falar do caso dos submarinos.

Sem comentários:

Enviar um comentário