Houve um tempo em que as Juventudes dos partidos lutavam por causas. Todas elas. À Direita ou à Esquerda os jovens acreditavam em projectos de sociedade, combatiam por eles e contra as ideias que julgavam erradas. Não estavam em causa empregos, lugares, abonos ou benesses de qualquer espécie. Existia voluntarismo, idealismo, convicção, paixão, entrega total. Nos Liceus (hoje baptizados de escolas secundárias) e nas Universidades, os estudantes mobilizavam - se, tinham bandeiras que ultrapassavam a simples reivindicação casuística e as suas lutas não se limitavam à defesa de interesses mais directos. Pertencer a uma juventude partidária era motivo de orgulho, de entusiasmo, de plena motivação. Era a elas que cabia a vanguarda de muitas acções e eram os seus membros (militantes, simpatizantes ou simples apoiantes), que abriam caminhos, que desbravavam terrenos políticos dificeis. O seu trabalho, principalmente à Direita, não foi indiferente à primeira vitória da AD, em 1979.
E hoje? Onde estão as juventudes partidárias? O que as move? O que as conduz? Com que paixão lutam e em nome de que causas? O que as impede de lutar contra a corrupção e fazerem desse combate uma bandeira política? O que as impede de travarem esse combate dentro dos seus próprios partidos? De que têm medo? Temem não terem assessorias nos gabinetes dos ministros e dos secretários - de - estado? Temem não serem conduzidas às bancadas parlamentares?
Há ainda um papel importante, que pode ser decisivo na regeneração da democracia, para as juventudes partidárias. Porém esse papel só será autêntico, verdadeiro e eficaz se forem livres. A liberdade tem preço? Claro que sim. Mas se quem é jovem não estiver disposto a pagá-lo, então isso significa que chegou a velho muito antes do tempo.
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