sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Voto Obrigatório

A propósito da ideia que começa de novo a germinar entre a "inteligentzia portuguesa" de se dever avançar para a adopção do voto obrigatório, mantenho o que escrevi na edição do Público de 12 de Julho de 2009 e que é em síntese o seguinte:

Até estaria disposto a aceitar essa restrição à liberdade individual (já há tantas bem mais incompreensíveis), cominando o seu incumprimento com o agravamento do IRS, mas com uma condição que, essa sim, poderia induzir o aparecimento de melhores políticos e contribuir para haver mais qualidade nos partidos.

E qual seria essa condição? Muito simplesmente que a percentagem dos votos brancos e nulos se traduzisse em lugares de deputados não preenchidos.

Isto é, num sistema de voto obrigatório, para um resultado em que os brancos e nulos tivessem, por exemplo, 30% dos votos totais, no actual Parlamento português, os partidos apenas repartiriam entre si 161 lugares de deputados (230-69).

Contudo, pessoalmente preferiria uma formulação diferente, que apontasse para incentivar o voto, sem o tornar obrigatório. Beneficiando por exemplo os votantes com um expressivo desconto no IRS a pagar. Porque a “cenoura” é sempre mais atractiva do que o “pau”…

4 comentários:

  1. Meu caro Miguel, a indiferença é uma das poucas liberdades que nos restam. Se ao menos se pudesse fumar na bicha... (sim, bicha... politicamente incorrecto). Mantenhamos ao menos o Direito à Indiferença. Obrigar a votar é como obrigar um jogador a apostar numa roleta onde saem sempre os mesmos dois ou três números ... e onde quem fica com o dinheiro é o Casino, qualquer que seja o número que saia.

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  2. Meu caro Diogo, tens toda a razão e, por isso, é que eu também não sou um apologista do voto obrigatório, embora se me fizessm um desconto significativo no IRS não me importasse assim tanto...

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  3. Cá para mim, Miguel, em vez do desconto, preferia um sistema electrónico, tipo Bolsa, com cotações em contínuo no dia das eleições, em que um tipo pudesse vender o voto a quem no momento estivesse a pagar mais. Tinha a vantagem da transparência (mais ou menos, pelo menos dava para entrever o Coelho no fundo da cartola...) e da rentabilidade...

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  4. esta votação deveria obedecer à lei dos referendos. Mais de 50 por cento de abstenção, a votação não conta.

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