quarta-feira, 24 de março de 2010

Concorrência e Proteccionismo

Assisti a uma repetição do último programa "Plano Inclinado", da SIC - Notícias. Ouvi o Dr. Medina Carreira afirmar que a Europa não tem forma de competir com países como a China e a Índia, se não alterar as regras de concorrência. Chegou mesmo a falar de Proteccionismo.

Ao ouvi - lo não pude deixar de lembrar tudo o que sobre esta matéria tenho dito, ao longo dos anos. Contra ventos, modas e marés, nunca me cansei de afirmar ser impossível concorrer com quem não respeita as regras impostas pelos europeus a si próprios. E tenho pena que tantos continuem a fazer orelhas moucas à voz da razão e do bom senso. Quando escutamos discursos, declarações e intenções, sobre o PEC, sobre a forma de diminuir o deficit e a divida pública; até sobre o necessário apoio a empresas que exportam, só podemos lamentar que, uma vez mais, as questões de fundo continuem esquecidas. A falência que atravessamos não é apenas económica e financeira. É política e é de políticas. É a falência do modelo de globalização que apenas contribuiu para destruir as economias nacionais de países como Portugal.

Enquanto não houver coragem para alterar, para mudar, para corrigir tudo o que de negativo foi decidido, nada se alterará. Enquanto formos obrigados a cumprir aquilo que os nossos concorrentes simplesmente ignoram, a economia não crescerá.

E o que me espanta, apesar das palavras do Dr. Medina Carreira, é o silêncio olímpico de analistas, de jornalistas e afins...

Será desconhecimento, medo ou apenas indiferença?

Sem comentários:

Enviar um comentário