sábado, 27 de fevereiro de 2010

COLÉGIO MILITAR

Decorrem este fim-de-semana em Lisboa, mas igualmente em qualquer parte do mundo onde existam antigos alunos do Colégio Militar, as comemorações do 207.º aniversário da sua fundação.

À época em que o Colégio Militar foi criado os tempos eram conturbados, mas isso não impediu que já nessa altura se revelassem homens de visão, criativos e inovadores, como foi o caso de António Teixeira Rebelo, então Coronel do Exército e futuro Marechal.

Curiosamente em 1803 era Regente do Reino de Portugal o Príncipe D. João (futuro Rei D. João VI), trisavô de Duarte Pio de Bragança, actual pretendente ao trono e que foi aluno do Colégio - o n.º 97 entrado em 1960 e que é hoje um referencial de valores que importa realçar no meio do lamaçal que campeia.

Quando, nos primórdios do século XIX, António Teixeira Rebelo, começou a conceber e depois a materializar a criação de um estabelecimento de ensino, nos moldes em que o pensou, estava seguramente muito longe de pensar que, na sequência dessa ideia, ele se viesse a transformar no que foi e é o Colégio Militar, no que ele representou e representa, nas vicissitudes porque passou e no significado que teve e tem, não só para os que o frequentaram e as respectivas famílias, mas também, podemos dizê-lo, para o país no seu conjunto.

Estava certamente distante de admitir que o Colégio fosse alcandorado à fama e à influência de que veio a desfrutar, pelas provas prestadas de forma pública, quanto à excelência da educação proporcionada aos seus alunos, nas suas múltiplas componentes, de que não devem ser descurados pela sua relevância, a educação física, mas também a cívica, a instrução militar e desportos mais completos como a equitação, a esgrima e o pára-quedismo, ou actividades como, por exemplo, o aeromodelismo.

Porque, apesar de na sua matriz fundadora o Colégio se destinar fundamentalmente a fornecer a aprendizagem de matérias escolares, o certo é que a formação global não se restringiu às disciplinas curriculares, antes foi completada por uma sólida educação moral dispensada aos seus alunos.

O ano que passou foi, que me lembre, um dos que mais fustigou o prestígio do Colégio, no âmbito de um quadro que caracterizo como de revolução silenciosa, com maior ou menor ruído, que vai fazendo o seu percurso para atacar o que são alguns dos principais pilares estruturantes da Nação: as Forças Armadas e a Família.

É neste contexto, e não na existência de casos de indisciplina esporádicos, que sempre houve e haverá e para os quais sempre se têm encontrado as adequadas respostas, que deve ser lido o momento difícil pelo qual o Colégio Militar passou.

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