segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mataram as Elites

A democracia não foi inventada para ser o governo da maioria do Todo, mas apenas de uma Parte. A habilidade está na ilusão de dar a todos, aquilo que na realidade pertence apenas a alguns. É isso positivo ou negativo? É um facto e um facto que advém desde logo da própria ideia de Povo e de Cidadania. Foi assim desde o início e ainda continua a sê – lo, apesar do número de cidadãos ter legalmente aumentado. O Político pode fazer parte da essência natural do homem, de todos os homens, mas a política é coisa de poucos e para poucos. São as minorias e nunca ou quase nunca as maiorias, que detêm o poder real restando à maioria o poder virtual, mesmo que o voto esteja ao seu alcance. As elites, hoje abundantemente confundidas com classe dirigente ou até com classe política, são sempre necessárias ao desenvolvimento de qualquer comunidade. A sua ausência ou até o seu afastamento é causa, mais do que efeito, da destruição de qualquer País. Não é por acaso que chegámos ao fim da linha. Houve e há uma agenda premeditada que aqui nos conduziu. Entender isto é sem dúvida o passo necessário, para que possa existir uma verdadeira Revolta. Não o entender transforma a crítica em simples voluntarismo e mera diversão banal. Logo sem qualquer consequência. Ao destruir as elites o grupo dominante garante a sua sobrevivência, perpetua a sua dominação, impede o surgimento de alternativas. Este é o verdadeiro, porque mais fundo, problema nacional.

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