domingo, 28 de fevereiro de 2010

A RESPONSABILIDADE DOS MILITANTES DO PSD - artigo de ANTÓNIO TAVARES, presidente do CLUBE VIA NORTE

António Tavares, Presidente do Clube Via Norte, Ex - deputado do PSD e Ex - Secretário - Geral da JSD

“Não é que sejam incapazes de ver a solução. São incapazes é de ver o problema.”
G.K. Chesterton


Num momento de crise económica, social e política o PSD entrou num processo interno de escolha de um militante para líder.

Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e José Pedro Aguiar Branco apresentam-se como candidatos num ambiente onde as palavras mudar, ruptura e unir ganham um particular significado semântico.

O que se espera do futuro líder do PSD é que queira e esteja preparado para enfrentar os problemas do país com determinação, coragem e, acima de tudo, compreenda o mundo onde estamos inseridos.

Estando Portugal numa situação de crise contínua e tendo essa crise a dimensão generalizada que tem, de que depende a construção de um novo ciclo politico para que Portugal readquira uma trajectória de convergência de desenvolvimento com os restantes Estados da União Europeia?

Depende, em muito, do resultado da escolha de um novo líder para o PSD. A responsabilidade dos militantes do PSD implica saber escolher um líder que, mais do que um dirigente partidário, seja um homem de Estado. Alguém que tenha um projecto para a sociedade portuguesa que acrescente valor à responsabilidade individual de cada cidadão.

Um projecto portador de coesão económica e social que permita estabilidade política e cuja credibilidade pessoal seja directamente proporcional ao grau com que os cidadãos acreditam nas suas políticas.

Ao apelar aos sacrifícios dos portugueses deve conseguir uma mobilização colectiva para a ideia de que a sua política económica é a correcta e a necessária para o bem-estar da sociedade com resultados concretos no futuro.

Nesta circunstância é preciso que perceba o quadro internacional em que a economia portuguesa se insere. O nosso desenvolvimento ficará seriamente comprometido se não assumirmos que temos de trabalhar mais, ter maior preparação académica e uma maior qualificação intelectual e técnica dos nossos portugueses.

O novo líder do PSD terá de assentar em três pilares fundamentais a sua agenda política para a consolidação do novo ciclo político:

- Reforma do Estado e modernização económica;
- Solidariedade e justiça social;
- Promoção da livre iniciativa dos cidadãos.

Portugal precisa de uma liderança mobilizadora, capaz de operar as mudanças inadiáveis, o que requer uma prática que não se subordine aquilo que é considerado como politicamente correcto.

Francisco Sá Carneiro teve visão e atitude quando aglutinou várias sensibilidades em torno de um novo projecto para Portugal, a AD. Deu o exemplo, enquanto foi Primeiro-Ministro, ao não exercer o lugar de Presidente do PSD separando o Estado do aparelho partidário atitude decisiva para a construção da nossa democracia.

Os militantes do PSD não estão só a escolher um Presidente. Estão, também, a escolher o futuro Primeiro-Ministro de Portugal. É uma grande e acrescida responsabilidade para eles. Devem compreender que não é só preciso vencer no PSD é preciso convencer o país.

Devemos saudar com satisfação o surgimento destas candidaturas à liderança do PSD cientes de que no nosso código genético está o sentido de Sá Carneiro ao privilegiar a unidade dos militantes mas recusando a unicidade partidária.

Aos militantes do PSD compete com a sua escolha não desiludirem os portugueses. Esta é a nossa responsabilidade colectiva.

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