domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Casa Pia e o PS

Quando Ferro Rodrigues era secretário – geral do PS, o seu partido fez um ataque até aí sem precedentes à actuação do poder judicial. Já pouca gente parece lembrar – se. A tese da cabala foi então proclamada aos quatro ventos, numa clara tentativa de condicionar o trabalho do ministério público e dos juízes. Recordo – me mesmo da recepção triunfal dispensada a Paulo Pedroso, na A.R., quando este foi libertado da penitenciária de Lisboa. O meio que haveria de conduzir à vontade de politização da justiça teve nessa época, não distante, o seu ponto alto. É fundamental recordá-lo, desde logo para perguntar aos dirigentes socialistas uma coisa muito simples: que autoridade têm para evocar a necessária separação entre a Política e a Justiça, quando deram um testemunho contrário às palavras agora proferidas. Pena é que a memória seja curta e que tantos estejam prisioneiros das suas opções. Se assim não fosse vozes se levantariam, com força e coragem, a exigir a demissão do actual primeiro – ministro

2 comentários:

  1. É importante perceber que quando o PS proclamou, neste caso, a tese da cabala, ela veio a revelar-se verdadeira.

    Paulo Pedroso foi inocentado e Ferro Rodrigues também.

    A cabala perdeu!

    ResponderEliminar
  2. A tese da cabala veio a revelar-se verdadeira porque o Pedroso foi despronunciado pelo Tribunal da Relação? E já agora Ferro Rodrigues alguma vez foi arguido em processos de pedofolia ? (é que tal seria necessário para ser "inocentado"). A confusao que impera na utilização da lingua portuguesa só em si permite que qualquer um possa vir opinar. E ao que se saiba uma teoria não pode ser corroborada por dois acontecimentos incorrectamente relatados (já agora não se percebe o que significa inocentados). Haja rigor. A tese da cabala de que o PS lançou mão na Casa Pia é responsável, isso sim, por alguns cenários que representam o desmoronar de um Estado de Direito, a saber:
    -promiscuidade entre poderes soberanos: foi o PS que veio acusar o poder judicial de gerir uma agenda politica. Foi o PS que veio, por causa disso, pedir a demissão do PGR Souto Moura;

    -negação do estatuto de dignidade a cidadãos de pleno direto. O Estado assumiu que menores em risco - e que por isso lhe estavam confiados - foram abusados sexualmente, no entanto o PS ignorou, de todo, o facto de crianças e jovens portugueses terem sido abusados sexualmente por os suspeitos estarem,alguns deles, relaciondos com o PS.

    -O PS, através do governo e do seu grupo parlamentar patrocinou uma reforma do sistema penal á medida do processo casa pia. Tornou figuras dogmáticas, como a do crime continuado, que apenas fazem sentido para a criminalidade patrimonial, aplicáveis a crimes pessoais.Determinou que escutas em que interviessem as 3 principais figuras do Estado teriam que ser autorizadas pelo Presidente do STJ. Esta última situação é de tal modo insutentável que o próprio presidente do STJ em declaração à RTP confessa sentir-se desconfortável com esta solução, acrescentado que a solução anterior era preferivel pois defendia mais os direitos do cidadão, na medida em que permitia o recurso. Pasme-se!
    Isto não é nemhuma cabala, são factos. E contra estes factos só nos resta a REVOLTA.
    E já agora A expressão "tese da cabala" revela muito de quem a usa: a promoção de vendedores de automóveis ao poder! Já nem o que significa tese esta gente sabe...Haja decoro e muita REVOLTA!

    ResponderEliminar