terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma política externa e de segurança comum para a UE?

A Holanda anunciou que abandonará o Afeganistão até final do ano. Mário Soares, num artigo intitulado «O Ocidente entre a paz e as guerras», veio sugerir que Portugal deveria fazer o mesmo. Este é o actual drama do Ocidente. Fruto da doutrina dos directos televisivos, o Ocidente recua, cede nos seus valores fundamentais, deixa terreno livre ao avanço dos que atacam e destroem os nossos valores, sem olharem a meios para atingirem os fins. Ou, o que tem a mesma gravidade, deixando para os EUA a tarefa de defender esses mesmos valores, como se o dever lhe competisse em exclusivo. Era a isto que Obama se referia ao reclamar maior solidariedade e empenho dos europeus em matéria de defesa e segurança. Não é com esta política furtiva que a UE cumpre a sua missão no Mundo ou pode ambicionar a ter uma política exterior credível e respeitável. E não é coerente nem consequente pretender construi-la sem arcar com o seu passivo. Não é este o melhor rumo para a construção de tal política europeia.

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