Há uma nuvem de fundo que foi inteligentemente lançada para nos distrair do essencial. O que está em causa entre nós não são os poderes do PGR, mas o funcionamento efectivo da Justiça. O que está em causa não é a relação entre o PGR e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, mas o facto de existirem procuradores e polícias que vêem o seu trabalho boicotado, impedido, dificultado por muitas das chefias cujo lugar se deve à nomeação governamental. É isso que verdadeiramente está em causa. Desiludam-se os que pensam, e alimentam o pensamento, na direcção que mais convém ao sistema. A razão é simples: está montada uma rede de vasos comunicantes, de protecção leonina, que proíbe a punição dos corruptos e o julgamento justo de quem ao longo dos anos delapida o erário público.
O problema está ainda naqueles que mudam sistematicamente as leis para beneficio dos infractores e numa classe dirigente ligada entre si por laços estranhos que impedem o descobrimento da verdade.
É normal que nos EUA se julguem e condenem corruptos em meia dúzia de meses e em Portugal os processos demorem anos e no final nada suceda? É normal? Claro que não é! Então porque funciona lá a Justiça e cá não? Porque somos piores e eles melhores? De modo algum. Porque se a verdade fosse descoberta por terras lusas provavelmente as prisões não chegariam para albergar os culpados.
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